A inflação é a perda de poder de compra da moeda. Quando você comprava 10 pães por 1 real em 2006 e hoje compra um pão, essa é a inflação. Ela é medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC) e outros índices que refletem a variação de preços de uma cesta representativa de produtos. Não necessariamente esses índices refletem o impacto na sua vida. Se estamos falando de alguém que só come picanha, essa vai perceber a inflação de forma diferente de alguém que come ovo e arroz.
Outra cara da inflação é a diminuição das embalagens, apesar de manter o mesmo preço, você na prática está comprando menos produto com o mesmo preço, ou seja o valor de cada unidade do produto é maior.
Como a inflação é gerada?
A inflação pode ter várias causas, divididas geralmente em dois grupos principais:
- Inflação de demanda: ocorre quando a demanda por bens e serviços cresce mais rapidamente do que a capacidade de produção da economia. Quando muitas pessoas estão dispostas a gastar mais, a oferta limitada faz os preços subirem. Esse tipo de inflação é comum em períodos de crescimento econômico e aumento de empregos, onde o consumo e o investimento aumentam.
- Inflação de custos: acontece quando o custo de produção dos bens e serviços aumenta. Isso pode ocorrer devido a uma elevação nos preços das matérias-primas (como petróleo ou energia) ou à falta de mão de obra especializada. Quando as empresas enfrentam maiores custos, elas tendem a repassar esses aumentos para os consumidores, aumentando os preços finais dos produtos.
Impactos da inflação
A inflação tem efeitos amplos e profundos na economia e no cotidiano das pessoas. Entre os principais impactos, destacam-se:
- Redução do poder de compra: com a elevação dos preços, a renda das pessoas compra menos bens e serviços, o que reduz a qualidade de vida e o consumo.
- Desvalorização da moeda: em cenários de inflação persistente, a moeda perde valor rapidamente, afetando a confiança no dinheiro nacional. Em casos extremos, pode haver até fuga para moedas mais fortes ou ativos reais, como imóveis e metais preciosos.
- Incerteza econômica: a inflação cria incertezas, prejudicando investimentos de longo prazo. Investidores e empresas podem ficar cautelosos em um ambiente inflacionário, pois a previsão de custos e preços futuros se torna menos confiável.
- Impactos nos juros: os bancos centrais, como o Banco Central do Brasil, usam a taxa de juros como ferramenta para controlar a inflação. Quando a inflação sobe, eles podem aumentar as taxas de juros para conter o consumo e a demanda por crédito, desestimulando o aumento de preços. Contudo, taxas de juros altas encarecem o crédito e desestimulam investimentos.
Como a inflação é medida?
A inflação é medida a partir de índices que refletem o aumento dos preços de uma “cesta de bens” — produtos e serviços essenciais que representam o consumo médio das famílias. No Brasil, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é o mais usado para medir a inflação, calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O IPCA considera categorias como alimentos, habitação, transportes, saúde, educação e vestuário.
Além do IPCA, existem outros índices importantes, como o Índice Geral de Preços (IGP), calculado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), que mede a inflação ao longo das cadeias produtivas, considerando preços no atacado, na construção civil e no consumo.
A inflação e a política econômica
Para combater a inflação, os governos e bancos centrais adotam políticas econômicas específicas, principalmente monetárias. Quando a inflação está elevada, o Banco Central tende a aumentar a taxa Selic, a taxa básica de juros da economia. Ao fazer isso, o custo do crédito aumenta, desestimulando o consumo e reduzindo a pressão sobre os preços. Essa política monetária é eficaz, mas tem efeitos colaterais, como a redução do crescimento econômico e o aumento do desemprego em curto prazo.
Em outros casos, o governo pode adotar medidas de política fiscal, como cortar gastos públicos ou aumentar impostos. Contudo, essa estratégia é menos comum, pois pode gerar impacto negativo no crescimento econômico e gerar insatisfação popular.
Inflação moderada e hiperinflação
Embora a inflação seja vista como negativa, uma inflação moderada pode ser benéfica, pois incentiva o consumo e os investimentos ao longo do tempo, evitando que o valor do dinheiro fique estagnado. Uma inflação controlada também é um sinal de que a economia está ativa e em crescimento.
Em contraste, a hiperinflação, um aumento muito rápido e descontrolado dos preços, é extremamente prejudicial, pois desestabiliza a economia, levando ao empobrecimento da população e, em casos extremos, à completa perda de valor da moeda nacional. Exemplos de hiperinflação ocorreram em países como Alemanha (1920), Zimbabwe (2008) e Venezuela (anos recentes).
Conclusão
A inflação é um fenômeno complexo que afeta a economia de diversas maneiras, impactando desde o consumo das famílias até as decisões de investimentos de grandes empresas. Embora tenha aspectos positivos quando moderada, a inflação elevada exige medidas de controle rigorosas por parte dos bancos centrais e do governo, a fim de evitar que se transforme em um problema macroeconômico severo, como a hiperinflação.